Em seu artigo1 entitulado “Machines of Loving Grace” do começo de Outubro, Dario Amodei explora as possibilidades revolucionárias da inteligência artificial (IA) e seus potenciais benefícios para a humanidade. Amodei frequentemente fala sobre os riscos associados à IA, mas neste texto ele se concentra em como a IA pode melhorar radicalmente diversos aspectos da vida humana. Ele ressalta que muitos subestimam tanto o lado positivo quanto os perigos da IA, e que sua visão é otimista, apesar dos desafios.
O artigo começa explicando por que a Anthropic, sua empresa, costuma falar mais sobre os riscos da IA do que sobre os benefícios. Isso ocorre para evitar a percepção de propaganda ou grandiosidade e para focar em discussões concretas. No entanto, o autor enfatiza que uma visão inspiradora do futuro é essencial, e não apenas um plano para lidar com os riscos.2
“I think that most people are underestimating just how radical the upside of AI could be.”
Tradução livre: “Acredito que a maioria das pessoas está subestimando o quão radical o lado positivo da IA pode ser.”
Os principais tópicos abordados do artigo incluem cinco áreas em que a IA poderia ter impactos profundos: biologia e saúde física, neurociência e saúde mental, desenvolvimento econômico e redução da pobreza, paz e governança, e trabalho e significado. Em biologia, por exemplo, ele prevê que a IA pode acelerar descobertas científicas a uma velocidade 10 vezes maior do que os métodos atuais, levando a avanços médicos significativos, como a prevenção de doenças genéticas e o aumento da longevidade humana.3
Na neurociência, o autor acredita que a IA pode ajudar a curar ou prevenir a maioria das doenças mentais, além de melhorar funções cognitivas e emocionais, resultando em maior bem-estar para os indivíduos. Já no desenvolvimento econômico, a IA pode ajudar a reduzir a pobreza global, desde que se encontrem formas de lidar com a corrupção e a desigualdade.4
“I IA será como um país de gênios em um datacenter”
Em relação à paz e governança, o autor expressa preocupação sobre como a IA pode ser usada tanto por democracias quanto por regimes autoritários, e que é vital que os países democráticos liderem o desenvolvimento dessa tecnologia. Ele conclui que, se a IA for utilizada de forma positiva, ela pode ajudar a garantir um futuro mais democrático e pacífico.
Finalmente, sobre trabalho e significado, o autor argumenta que o significado não deriva apenas do trabalho econômico, mas também das relações humanas e da busca por desafios pessoais. Ele prevê que a IA criará novas oportunidades para os humanos, mesmo que a natureza do trabalho mude radicalmente. No longo prazo, ele reconhece a necessidade de uma conversa societal sobre a organização da economia em um mundo onde a IA desempenha um papel central.
Minha opinião
A IA realmente já está revolucionando o mundo como conhecemos, e continuará. Precisamos conversar cada vez mais sobre o assunto do desemprego em massa que soluções de IA poderá causar, mas uma possibilidade de chegarmos em AGI (Artificial General Intelligence) ainda está muito distante.
Pensar que uma AGI está próxima é desconhecer o funcionamento dos modelos de IA e do nosso cérebro. Isso é assunto para um outro artigo. Recomendo assistir algumas entrevistas do cientista Miguel Nicolelis, um brasileiro reconhecido mundialmente pelos seus estudos na neurociência.
Artigo em inglês, mas vale a pena colocar um tradutor e ler quando tiver tempo.
A Anthropic já deu a entender que a visão mercantil da OpenAI poderia ser um problema, e por isso eles focam muito na segurança, o que por outro lado acarreta num desenvolvimento mais lento.
Como exemplo, temos o Google Health, que está com uma iniciativa grande para ajudar a área da saúde com IA.
Sam Altman, CEO da OpenAI também é reconhecido por suas falas de que e IA poderá trazer a necessidade de se criar uma renda universal, porque muitos empregos serão substituídos pela IA.