IA, Automações e a substituição do trabalho
Automação e Inteligência Artificial é uma realidade. Você está preparado?
Resumo
Greve dos portos nos EUA (que já acabou), reivindica não haver automações ou semi-automações nos seus trabalhos.
Estudos mostram que automações sempre trouxeram mais inovação e, consequentemente, mais possibilidades.
Nesta nova era das automações e Inteligência artificial, só vai vencer quem aprender a trabalhar com estes recursos, não quem tentar evitá-los.
Greve contra automações
Nesta última semana o site da Exame trouxe uma notícia muito interessante sobre a greve dos estivadores dos portos do Maine ao Texas.1 Estes são considerados trabalhadores essenciais, pois sem eles, todas as mercadorias que chegam via portos nestes lugares, estão paradas.
O banco JP Morgan estimou uma perda entre “US$ 3,8 bilhões a US$ 4,5 bilhões por dia parado”. Outra notícia ainda trouxe que a Boing estava perdendo US$ 50 milhões por dia, trazendo um grande impacto para a economia americana. Neste último dia 3 de Outubro, o sindicato aceitou suspender a greve até Janeiro de 2025 para negociar os termos dos novos contratos.
Dentre algumas reivindicações, como aumento de 77% de salário, eles querem a certeza de que não haverão automações ou semi-automações nos trabalhos. Uma reportagem da CNN disse que as automações nos portos não acabarão com os trabalhos humanos, mas tem o potencial de reduzir bastante a necessidade de interação humana.
A falta de automações nos portos dos EUA foi uma das maiores responsáveis para crise dos portos em 2021, onde os portos não deram conta do aumento da demanda.
“O presidente local da ILA, Boise Butler, disse que os trabalhadores querem um contrato justo que não permita a automação de seus empregos”
Benefícios da automação e IA
Em uma reportagem do Washington Post eles mostraram que, por conta da tecnologia, o trabalhador americano produz duas vezes mais por hora trabalhada do que um trabalhador em 1987. Isso é impressionante, pois mostra o quanto que a tecnologia vem para ajudar no desenvolvimento da sociedade, mas ao mesmo tempo em que as preocupações com os empregos sempre aparecem.

“Máquinas não alimentam famílias”
A frase acima simplesmente é um recado para a humanidade de que qualquer mudança sempre haverá contratempo. Nada mais enganoso do que o que diz no cartaz do homem. Na realidade, por conta das máquinas é que a humanidade conseguiu crescer e se desenvolver. A questão nunca deveria ser essa, e sim como realocar estes trabalhadores que serão substituídos.
Com certeza essa é uma guerra perdida. Podemos fazer uma comparação com o cocheiro2 ou ascensorista3. Imagina se os cocheiros não quisessem a evolução das carruagens para carros, ou se os ascensoristas fizessem greves porque não gostariam de perder os empregos de apertar o botão do elevador. A humanidade evolui, e os estivadores são apenas mais uma profissão que terão partes dos seus trabalhos automatizados.
Em 1960 os EUA também sofreram com uma outra greve de trabalhadores nos portos, justamente porque começaram a surgir maquinários potentes o suficiente para carregar containers muito pesados, coisa que ainda dependiam de muita interação humana. Portanto, a automação virá, e a pergunta que fica é: como faremos para realocar estes trabalhadores?
Empregos como caixas, empacotadores e outros que envolvem tarefas repetitivas já vêm sendo substituídos há algum tempo. Com o surgimento do ChatGPT da OpenAI, até mesmo profissionais qualificados, como escritores, programadores e artistas, começaram a enfrentar uma redução de oportunidades de trabalho.
Escritórios de advocacia estão reduzindo a contratação de advogados recém formados, principalmente porque grande parte de suas tarefas, antes manuais e repetitivas, agora pode ser realizada com maior eficiência por meio do ChatGPT e outras automações.
No final das contas, as pessoas que se adaptarem mais rápido a trabalhar com automações e inteligência artificial, serão as que terão mais chance de manter seus empregos.
No caso dos portos, a automação oferece diversos benefícios, como: (1) redução da corrupção; (2) maior agilidade nos processos; (3) menor propensão a erros; e (4) aumento da capacidade de trabalho, já que máquinas operam sem interrupções. No entanto, o lado negativo é a potencial perda de empregos para os trabalhadores – um ponto que, embora importante, é o único contraponto significativo frente às vantagens.
Claro que nem tudo nesta nova interação entre ser humano e automação está acabado. Em relação aos portos, um estudo de 2021 mostrou4 que, a despeito de muitas tentativas de automatizar quase tudo, a luta dos sindicatos e das empresas tem sido constantes, resultando em automações seletivas, ou seja, nem tudo foi automatizado.
Conclusão
Desde o início da Revolução Industrial, a humanidade tem passado por constantes fases de readaptação devido aos avanços tecnológicos. A principal diferença de nossa época é que agora há pelo menos 8 bilhões de habitantes a mais do que naquela época, e a comunicação globalizada facilita uma interação mais rápida. Isso, por sua vez, intensifica debates e reações em escala global, tornando as mudanças tecnológicas ainda mais impactantes e acelerando a necessidade de adaptação.
Algumas mudanças, como as que ocorrem nos portos, podem ser mais lentas do que aquelas que afetaram empregos de copywriters com a chegada da IA. No entanto, não se engane: se o seu trabalho é repetitivo, analítico e pode ser padronizado, há uma grande chance de ser automatizado. Encare essa transformação como uma oportunidade de fazer mais com menos, entregar melhores resultados e avançar mais rapidamente – e não como um inimigo a ser combatido.
Por fim, automatize TUDO o que puder, de preferência usando IA. Minimize seus gastos e aumente seus lucros - não perca tempo. Não se preocupe: o ser humano sempre se adapta.
O estivador é o técnico responsável pela colocação, retirada e/ou arrumação de cargas nos porões ou sobre o convés de embarcações principais e auxiliares, autopropulsadas ou não. Fonte Wikipedia
Pessoa responsável por “dirigir” os cavalos numa carruagem
Pessoa responsável por apertas os botões nos elevadores antigamente
Este artigo entitulado “Automation Processes in the Port Industry and Union Strategies: The Case of Antwerp”, traz um estudo de caso de portos europeus e como a COVID trouxe uma reflexão mais profunda em relação às automações.